O título do CD não é gratuito. Ele levou quatro anos para ficar pronto, o que incluiu uma verdadeira gincana em busca de gravações registradas em um HD de computador que desapareceu. O tempo serviu para o gaitista de São Paulo amadurecer e ajustar o foco, optando por um disco gostoso de ouvir, com solos em geral curtos, sem as tradicionais “fritações” comuns em CDs de gaitistas. E não por falta de técnica, como demonstra em fraseados melodiosos (“Surf blues”), no timbre cheio (“Vou vivendo”, “Faça o que quiser”) e no habilidoso uso da cromática (“Ricofino menor”).
Boas letras em português são um dos fatores que prendem a atenção do ouvinte, assim como a grande variedade estilística – “Surf blues”, blues jazz (“Vou vivendo”), funk blues (“Macaco velho”, que lembra “Sossego”, de Tim Maia) e, claro, blues tradicional (“Só mais um”, as acústicas “Blues da virada” e “Gaitaria 3 em 1”). E seu jeito de cantar parece um pouco o do amigo Sérgio Duarte (que, por sinal, participa de várias faixas, tocando gaita e violão e fazendo backing vocals). A banda também é de primeiro nível: Celso Salim (guitarras), Cláudio Morce (baixo, guitarra, pianos acústico e elétrico e órgão Hammond) e Paulinho Sorriso (bateria). Outros dois grandes músicos fazem participações especiais: Mr. John (guitarra) e Caio Dohogne (bateria). Valeu a pena esperar, veio em boa hora!
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