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Charley Patton

Charley Patton nasceu no Mississipi, em 1º de maio de 1891, onde passou quase toda a sua vida na vasta plantação Dockery. Aprendeu a tocar Blues com Henry Sloan, considerado um bluesman pioneiro, embora não se tenha registro de suas gravações e careça de fontes. Patton foi um dos poucos cantores recrutados por olheiros para gravar discos. As gravadoras comerciais buscavam esses cantores regionais com o intuito de vender fonógrafos para os negros. Comprava-se o aparelho e acompanhava como brinde os discos desses artistas locais.
As dificuldades por vezes faziam Patton se afastar do Blues, embora houvesse sempre o esforço para retornar. Na adolescência, fora proibido de tocar pelo pai, que considerava o tipo de música rude de seu filho pecaminosa, além de desejar que o mesmo se mantivesse distante dos ambientes de festas, bebidas e sexo. Quando as ameaças falhavam, Charley Patton era levado ao depósito de madeira para apanhar. Contudo, com o passar do tempo e o crescimento do rapaz, seu pai acabou lhe comprando um violão. Mas a ele era recomendado a tocar músicas de teor mais alegre. Passou a tocar com a banda da vizinhança Chatmon Family, produzindo um Ragtime. Patton insatisfeito e grande amante do Blues foi seguir Henry Sloan. Ambos perambulavam pela região com sua música e num modo de vida impulsiva, de vadiagem e vícios, como bebidas e mulheres. Quando a situação apertava, Patton voltava pra casa e se apegava a bíblia, o que logo abandonava novamente.
Patton era reconhecido pelo seu temperamento forte, e por se meter em confusões. Teve várias esposas, que relatam seu comportamento violento, de agressões as mesmas. Algumas teorias das ciências sociais afirmam que, conforme a opressão sofrida perante a sociedade, era comum decorrer comportamentos violentos e também opressores por parte do negro, sobretudo dentro de suas casas. Porém, quando apresentava sua música, Patton era aclamado pelo seu jeito peculiar, seu canto teatral e seus malabarismos, como jogar e pegar o violão e tocá-lo nas costas. A maioria de suas músicas gravadas em suas primeiras sessões tratavam de celebrações de sua vida turbulenta, do desejo de fugir, das experiências nas brigas e com as mulheres. Segundo o cartunista Robert Crump, uma de suas gravações mais populares “High Water Everywhere” retrata a enchente do Rio Mississipi em 1927.
Após 1930, a saúde do músico encontrava-se debilitada. Suas canções passaram a relatar sua proximidade e o medo que sentia da morte. Em janeiro de 1934, a American Record Corporation procurou Patton para gravar um disco. A empresa tentava se reerguer após o período da Grande Depressão. A sua esposa Bertha Lee, participou do álbum sendo o vocal de algumas canções. Pouco tempo depois, em vinte oito de abril de mil novecentos e trinta e quatro, Charley Patton faleceria. Sua morte não foi noticiada pela imprensa local e nacional. Sua história e suas composições ainda são pouco conhecidas, assim como muitos outros artistas das work-songs, do período da escravidão, os últimos devidos, sobretudo a ausência de fontes. No entanto, o Blues prosperou, conquistou outros espaços, outras histórias que se mantém até os dias atuais.
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