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John Lee Hooker

John Lee Hooker (22 de agosto de 1917 - 21 de junho de 2001) foi um influente cantor e guitarrista de blues americano, nascido no condado de Coahoma próximo a Clarksdale, Mississipi.
A carreira de Hooker começou em 1948 quando ele alcançou sucesso com o compacto "Boogie Chillen", apresentando um estilo meio falado que tornaria-se sua marca registrada. Ritmicamente, sua música era bastante livre, uma característica que ele tinha em comum com os primeiros músicos de delta blues. Sua entonação vocal era menos associada à música de bar em relação aos outros cantores de blues. Seu estilo casual e falado errado seria diminuído com o advento do blues elétrico das bandas de Chicago mas, mesmo quando não estava tocando sozinho, Hooker mantinha as características primordiais de seu som.
Ele o fez, entretanto, levando adiante uma carreira solo, ainda mais popular devido ao surgimento de aficcionados por blues e música folk no começo dos anos 60 - ele inclusive passou a ser mais conhecido entre o público branco, e deu uma oportunidade ao iniciante Bob Dylan. Outro destaque de sua carreira aconteceu em 1989, quando se juntou à diversos astros convidados, incluindo Keith Richards e Carlos Santana, para a gravação de The Healer, que acabaria ganhando um Grammy.
Em 1994 Hooker passou por uma operação para a retirada de uma hérnia, o que acabou o afastando dos palcos por um tempo, depois das gravações de "Chill Out" (1995) parou de fazer shows regulares continuando apenas com aparições ocasionais.
Hooker gravou mais de 500 músicas e aproximadamente 100 álbuns, morreu de causas naturais enquanto dormia em 21 de junho de 2001 na sua casa em Los Altos, California. Foi casado e divorciado 4 vezes, teve oito filhos e era dono de um clube noturno em São Francisco chamado "Boom Boom Room", nome este inspirado em um de seus sucessos.

Premiações e reconhecimento
Prêmios Grammy:
  • Duas de suas músicas, "Boogie Chillen" e "Boom Boom" foram adicionadas na lista "The Rock and Roll Hall of Fame's 500 Songs that Shaped Rock and Roll". "Boogie Chillen" foi incluída como uma das músicas do século.


Discografia

A lista abaixo traz os álbuns originais e relançamentos notáveis.

THE DETROIT YEARS (gravações entre 1948-1955)
  • 1959 - House Of The Blues (Chess)
  • 1960 - The Blues (Crown) early Modern tracks
  • 1961 - Sings The Blues (Crown) - Modern tracks
  • 1961 - Plays And Sings The Blues (Chess) 1950-52 tracks
  • 1961 - Sings Blues (King)- relançado como "Moanin' and Stompin'", e "Don't You Remember Me", Texas Slim 1948-50 tracks
  • 1962 - Folk Blues (Crown) - Modern tracks
  • 1963 - The Great John Lee Hooker (Crown) - Modern tracks
  • 1963 - Don't Turn Me from Your Door (Atco) gravações de 1953 e 1961
  • 1963 - John Lee Hooker & Big Maceo Merriweather (Fortune)
  • 1964 - Original Folk Blues (Kent)
  • 1966 - John Lee Hooker & his Guitar (Advent)
  • 1969 - No Friend Around (Advent/Red Lightnin')
  • 1970 - Alone (Specialty)
  • 1971 - Goin' Down Highway 51 (Specialty)
  • 1971 - Coast to Coast Blues Band (United Artists)
  • 1972 - Johnny Lee (GreeneBottle 2-LP)
  • 1973 - John Lee Hooker's Detroit (United Artists 3-LP)
  • 1973 - Mad Man Blues (Chess 2-LP compilation)
  • 1973 - Hooker, Hopkins, Hogg (Specialty-Sonet)
  • 1973 - Slim's Stomp (Polydor) - King tracks
  • 1979 - Southern Blues (Savoy)
  • 1981 - Blues For Big Town (Chess) - gravações não lançadas do começo da década de 50
  • 1987 - Gotham Golden Classics - Rare Recordings (Collectables)
  • 1987 - Detroit Blues (Krazy Kat)
  • 1989 - 40th Anniversary Album (DCC) - relançado como Detroit Lion
  • 1990 - Boogie Awhile (Krazy Kat 2-LP)
  • 1999 - Savoy Blues Legends, 1948-1949 (SavoyJazz/Atlantic) - relançado pela Savoy
  • 2000 - The Unknown John Lee Hooker (Krazy Kat) - faixas de 1951, relançado como "Jack 0'Diamonds" (Eagle, 2004)

THE CHICAGO YEARS
  • 1959 - I'm John Lee Hooker (Vee-Jay Records)
  • 1960 - Travelin (Vee-Jay)
  • 1961 - The Folk Lore of John Lee Hooker (Vee-Jay)
  • 1962 - Burnin' (Vee-Jay)
  • 1962 - The Big Soul of John Lee Hooker (Vee Jay)
  • 1962 - The Best of John Lee Hooker (Vee Jay) - compilation
  • 1963 - John Lee Hooker On Campus (Vee Jay) - ("I Want To Shout The Blues" pela European Stateside) - relançado como "Big Band Blues" (Buddah Records)
  • 1965 - ... And Seven Nights (Verve-Folkways) gravações britânicas de 1964 (relançado com overdubs como "On The Waterfront" pela Wand)
  • 1965 - Is He The World's Greatest Blues Singer? (Vee Jay) coletânea relançada pela Exodus
  • 1974 - Gold (Vee Jay) - coletânea contendo "I'm John Lee Hooker" e "The Big Soul of"
  • 1974 - In Person (VeeJay/Dynasty) gravações antigas da Vee-Jay
  • 1989 - The Hook - 20 Years of Hits & Hot Boogie (Chameleon) coletânea licenciada pela Vee-Jay
  • 1993 - John Lee Hooker on Vee-Jay 1955-1958 (VeeJay) coletânea

THE FOLK YEARS (gravações entre 1959-1963)
  • 1959 - The Country Blues of John Lee Hooker (Riverside) - relançado como "How Long Blues" (Battle, 1963)
  • 1960 - That's My Story - JLH Sings the Blues (Riverside) - relançado como "The Blues Man" (Battle, 1963)
  • 1962 - John Lee Hooker (Galaxy) - relançado como "The King of Folk Blues" (America)
  • 1963 - Live At Sugar Hill (Galaxy)
  • 1964 - Burning Hell (Riverside) gravado em 1959
  • 1964 - Concert At Newport (Vee Jay) - relançado com faixas bônus como "Live At Newport" (Fantasy)
  • 1966 - Teachin' The Blues (Guest Star) meio LP com gravações de 1961
  • 1969 - That's Where It's At! (Stax) gravações de 1961
  • 1971 - Detroit Special (Atlantic) coletânea
  • 1972 - Boogie Chillun (Fantasy) - relançado como "Live at Sugar Hill Vol. 1 & 2"
  • 1972 - Black Snake (Fantasy 2-set) - relançado como "The Country Blues" e "That's My Story"
  • 1979 - Sittin' Here Thinkin (Muse) - relançado como "Sad And Lonesome" (gravações da Savoy de 1961)
  • 2002 - Live At Sugar Hill, Vol. 2 (Fantasy) gravações não lançadas de 1961 (incluindo "third session")

THE ABC YEARS (gravações entre 1965-1974)
  • 1966 - It Serves You Right to Suffer|It Serve(s) You Right To Suffer (Impulse! Records)
  • 1966 - The Real Folk Blues (Chess) gravações novas de Chicago
  • 1967 - Live at the Café Au Go-Go (Bluesway)
  • 1967 - Urban Blues (Bluesway)
  • 1968 - On The Waterfront (Wand) (... And Seven Nights" com overdubs)
  • 1969 - Simply The Truth (Bluesway)
  • 1969 - If You Miss 'Im ... I Got 'Im (Bluesway)
  • 1970 - I Wanna Dance All Night (America) gravações européias - relançado como "Black Rhythm 'n' Blues" (Festival)
  • 1970 - I Feel Good (Carson) gravações européias - relançado pela Jewel (1972)
  • 1971 - Get Back Home In The USA (Black & Blue) gravações européias - relançado com faixas bônus como "Get Back Home"
  • 1971 - Hooker 'n Heat (Liberty) - relançado como "Infinite Boogie" (Rhino)
  • 1971 - Endless Boogie (ABC)
  • 1972 - Never Get Out Of These Blues Alive (ABC)
  • 1972 - Live at Kabuki Wuki (Bluesway)
  • 1973 - Live At Soledad Prison (ABC)
  • 1973 - Born In Mississippi, Raised Up In Tennessee (ABC)
  • 1974 - Free Beer And Chicken (ABC)
  • 1991 - More Real Folk Blues - The Missing Album (Chess) - "The Real Folk Blues" também foi lançado como "The Complete Chess Folk Blues Sessions"

THE ROSEBUD YEARS (gravações entre 1975-2001)
  • 1976 - Alone Vol 1 (Labor) live - relançado pela Tomato
  • 1976 - Alone - Live in New York Vol 2 (MMG) - relançado pela Tomato
  • 1978 - Live + Well (Ornament Records)
  • 1978 - The Cream (Tomato) live recordings - relançado com faixas bônus pela Charly
  • 1979 - Live in 1978 (Lunar)
  • 1981 - Hooker 'n' Heat Recorded Live at the Fox Venice Theatre (Rhino, vários artistas)
  • 1986 - Jealous (Pulsa) - relançado pela Pointblank 1996 - e pela Shout!Factory com faixas bônus
  • 1989 - The Healer (Chameleon)
  • 1990 - The Hot Spot (com participação de Miles Davis)
  • 1991 - Mr. Lucky (Pointblank)
  • 1992 - Boom Boom (Pointblank) - relançado pela Shout!Factory com faixas bônus
  • 1995 - Chill Out (Pointblank) - relançado pela Shout!Factory com faixas bônus
  • 1997 - Don't Look Back (Pointblank/Virgin) - relançado pela Shout!Factory com faixas bônus
  • 1998 - The Best of Friends (Pointblank) coletânea de 1986-1998 incluindo uma nova faixa - relançado pela Shout!Factory com faixas bônus
  • 2003 - Face to Face (Eagle) novas gravações

Coletâneas

  • 1990 - That's My Story/The Folk Blues of (Ace) - os dois LPs originais da Riverside em um CD
  • 1990 - That's Where It's At (Stax) relançamento das gravações da Florida de 1961
  • 1991 - The Ultimate Collection 1948-1990 (box da Rhino com 2 cds)
  • 1991 - Half A Stranger (Mainstream) Modern tracks 1948-1955 incluindo masters sem edição
  • 1991 - Free Beer And Chicken (BeatGoesOn/MCA) gravações de 1974
  • 1991 - Don't Turn Me From Your Door (Atlantic/Atco) gravações de 1953 e 1961 (incluindo faixas bônus)
  • 1992 - Graveyard Blues (Specialty/Ace) 1948-1950 Besman/Sensation

Stevie Ray Vaughan




Stephen Ray "Stevie Ray" Vaughan (Dallas, 3 de outubro de 1954East Troy, 27 de agosto de 1990) foi um guitarrista de blues elétrico norte-americano. Era o irmão mais novo de Jimmie Vaughan e o líder da Double Trouble. Nascido em Dallas, Vaughan se mudou para Austin com 17 anos, quando iniciou sua carreira musical.
Foi uma importante figura do Texas blues, um estilo musical caracterizado pelo swing e pela fusão do blues com o rock. Tornou-se um dos principais músicos do blues rock, com diversas aparições na televisão e álbuns lançados. O trabalho de Vaughan englobou diversos estilos, incluindo o jazz e baladas. Foi indicado à doze Grammys, vencendo seis; em 2000, foi postumamente induzido ao Hall da Fama do Blues.
Morreu em 27 de agosto de 1990, em um acidente de helicóptero em East Troy que também pôs fim à vida de integrantes da equipe de Eric Clapton.

Vida e Carreira
No início de sua carreira Vaughan fazia apresentações na banda de seu irmão Jimmie Vaughan, a princípio tocando o contra-baixo, apenas para ter a oportunidade de tocar em uma banda, que era seu desejo na época. Com a experiência adquirida e de agora em diante assumindo a guitarra definitivamente e após tocar em uma série de bandas, Vaughan formou o conjunto de blues, Country e rock chamado Double Trouble com o baterista Chris Layton e o baixista Jackie Newhouse no final dos anos 70. Tommy Shannon substituiu Newhouse em 1981. No início conhecido apenas localmente, logo Vaughan atraiu a atenção de David Bowie e Jackson Browne, gravando em álbuns de ambos. O primeiro contato de Bowie com Vaughan havia sido no Montreux Jazz Festival. Bowie lançou Vaughan em seu álbum "Let's Dance" na canção com o mesmo nome e também na canção "China Girl".
O álbum de estréia do Stevie Ray Vaughan & Double Trouble foi lançado em 1983. O aclamado pela crítica, Texas Flood (Produzido por John Hammond) lançou o sucesso top 20 "Pride and Joy" e vendeu bem tanto nos círculos de blues como de rock. Os álbuns seguintes, "Couldn't Stand the Weather" (1984) e "Soul to Soul" (1985), vivenciaram quase o mesmo sucesso dos discos anteriores. O vício em drogas e o alcoolismo levaram Vaughan a ter um colapso durante sua turnê em 1986. Passou por um processo de reabilitação na Georgia um ano mais tarde. Após seu retorno, Vaughan gravou "In Step" (1989), outro disco aclamado pela crítica que ganhou um Grammy pela melhor gravação de Blues Rock.
Em 2003, a revista Rolling Stone classificou Stevie Ray Vaughan em 7° lugar em uma lista de 100 melhores guitarristas de todos os tempos.

Influências musicais e estilo

O estilo musical de Vaughan tocar blues e southern rock era fortemente influenciado por Albert King, que se auto-proclamou "padrinho" de Stevie, e por outros músicos de blues como Otis Rush and Buddy Guy. Stevie é reconhecido por seu som de guitarra característico, que em parte provinha do uso de cordas de guitarra espessas, pesadas, calibre .013 e também da afinação meio tom abaixo do normal em (Eb) mi bemol. O som e o estilo de Vaughan tocar, que freqüentemente mescla partes de guitarra solo com guitarra rítmica, também traz freqüentes comparações com Jimi Hendrix; Vaughan gravou várias canções de Hendrix em seus álbuns de estúdio e ao vivo, como "Little Wing", "Voodoo Child (Slight Return)" e "Third Stone from the Sun". Ele também era fortemente influenciado por Freddie King, outro grande músico texano, pricipalmente pelo tom e ataque. O pesado vibrato de King pode ser claramente ouvido no estilo de Vaughan. Outra influência no estilo foi Albert Collins. Sua técnica da mão direita. Em Texas Flood, grande sucesso e estilo marcante de SRV, notoriamente foi infuenciado por Larry Davis (1958 original Texas Flood)

Morte acidental

O retorno de Vaughan foi tragicamente interrompido quando, na manhã do dia 27 de agosto de 1990, ele morreu em um acidente de helicóptero próximo a East Troy, Wisconsin. SRV seguia para uma apresentação no Alpine Valley Music Theater, onde na tarde anterior se apresentara junto com Robert Cray, Buddy Guy, Eric Clapton e seu irmão mais velho Jimmie Vaughan. Quatro helicópteros estavam a disposição dos músicos, e Stevie encontrou um lugar vazio em um helicóptero com alguns membros da equipe de Clapton, e decidiu embarcar. Em conseqüencia do céu extremamente nublado e da forte névoa, o helicóptero de Stevie virou para o lado errado e foi de encontro com uma pista artificial de ski. Não houve sobreviventes, e o Rock perdera um dos seus maiores expoentes. Stevie Ray Vaughan está enterrado no Laurel Land Memorial Park,em Dallas, no Texas.

Equipamentos

Guitarras

Sua guitarra principal era uma Fender Stratocaster, que ele apelidou de "Number One". A guitarra era composta por um corpo em alder, provavelmente fabricado entre o final da década de 50 e o início da década de 60. Os captadores que equipavam esta guitarra datavam de 1959. O braço era de outra Stratocaster, porém de 1962, com escala de Jacarandá (rosewood).

Cordas e Palhetas

O calibre de suas cordas geralmente eram: .013, .015, .019, .028, .038, .058. De vez em quando ele usava uma corda um pouco mais leve no E Maior como uma .012 ou .011. Ele sempre afinava meio tom abaixo.
Suas palhetas eram Fender Mediums, tocadas de lado com borda arredondada.

Amplificadores

Stevie usava uma combinação de amplificadores, todos ligados ao mesmo tempo
  • Dois Fender Super Reverbs "Blackface"
  • Cabeçote Dumble Steel String Singer de 150 Watts com caixas acústicas Dumble 4x12"
  • Cabeçote Marshall Major de 200 Watts com caixas acústicas Dumble 4x12"
  • Dois Fender Vibroverb "Blackface", Com um falante de 15", ligado a uma caixa acústica Fender Vibratone com falante interno rotativo do tipo "Leslie"
Todos seus amplificadores tinham seus falantes trocados por falantes Electro-Voice.

Pedais

Ele sempre usou um Ibanez Tube Screamer, começando com o primeiro modelo 808, passando pelo modelo TS-9 e TS-10 Classic.
  • wah-wahs Vintage Vox '60's
  • Fuzz Face Vintage Dallas-Arbiter
  • Tycobrahe Octavia '60's

 Discografia

Discos

  1. Texas Flood (1983)
  2. Couldn't Stand the Weather (1984)
  3. Soul to Soul (1985)
  4. Live Alive (Ao vivo em 1986)
  5. In Step (1989)
  6. Family Style (Com seu irmão Jimmie Vaughan, como "The Vaughan Brothers", em 1990)
  7. Last Farewell (Gravado durante a sua última turnê nos Estados Unidos (1990)

Gravações com Lançamentos Póstumos

  1. The Sky Is Crying (1991)
  2. In the Beginning - 1992 ( gravado em 1980 )
  3. Live At Carnegie Hall - 1997 ( gravado em 1984 )
  4. Albert King With Stevie Ray Vaughan – In Session - 1999 ( gravado em 1983 )
  5. Solos, Sessions & Encores (2007)

Compilações

  1. Greatest Hits (1995)
  2. The Essential Stevie Ray Vaughan and Double Trouble (1995)
  3. Crossfire - Salute to Stevie Ray Vaughan(1996)
  4. The Real Deal: Greatest Hits Volume 2 (1999)
  5. Blues at Sunrise (2000)
  6. SRV (Caixa com gravações antigas, raridades, hits, material ao vivo) (2000)
  7. Live At Montreux 1982&1985 (2001)
  8. Martin Scorsese Presents The Blues - Stevie Ray Vaughan (2003)

Bootlegs

  1. 1978 Unreleased Album gravado em Nashville no Jack Clemont's Belmont Studio estreando Miss Lou Ann Barton
  2. 1980-07-22 Kings Head Bay Inn, Norfolk, Virginia
  3. 1981-10-14 Fitzgerald's, Houston, Texas
  4. 1988-12-29 The Stone Pony, Asbury Park, Nova Jérsei

Eric Clapton

Eric Patrick Clapton CBE (Ripley, 30 de março de 1945) é um guitarrista, cantor e compositor britânico. Apelidado de Slowhand, é considerado um dos melhores guitarristas do mundo.[1]
Embora seu estilo musical tenha variado ao longo de sua carreira, Clapton sempre teve suas raízes ligadas ao blues. Clapton foi considerado inovador pelos críticos em várias fases distintas de sua carreira, atingindo sucesso tanto de crítica quanto de público e tendo várias canções listadas entre as mais populares de todos os tempos, tais como "Layla", "Wonderful Tonight" e a regravação de "I Shot the Sheriff", de Bob Marley.

Carreira musical e vida pessoal

Infância e início da carreira

Clapton nasceu em Ripley, na Inglaterra, Sua mãe era solteira e o teve com 16 anos de idade. Foi criado pela sua avó e pelo marido desta, acreditando que eles eram seus pais e que sua mãe era sua irmã mais velha. Descobriu a verdade aos 9 anos de idade, e essa revelação foi um momento muito marcante na sua vida. Depois disso, ele deixou de se aplicar na escola e se tornou um garoto calado, tímido, solitário e distante de sua família. Desde então, música era o que mais o refugiava e distraía das angústias da realidade. Era uma paixão, que no decorrer dos anos, fora passando a ser parte considerável de sua vida.
Seu primeiro emprego foi como carteiro e, aos 13 anos de idade, pela sua insistência, ganhou seu primeiro violão de sua avó Rose. Apesar da dificuldade inicial de aprender a tocar o instrumento, quase desistindo, acabou se esforçando para tocar os primeiros acordes influenciado por canções antigas de blues, que tentava reproduzir. Com um pequeno gravador, Eric se empenhava em reproduzir músicas de blues que gostava, até achar que estivesse tocando igual aos artistas originais, o que fora o ajudando a desenvolver sua técnica. Em pouco tempo, já dedicava horas diárias ao aprendizado, e foi conseguindo dominar o instrumento.
Depois de completar o ensino básico, em 1962 Clapton fez um ano introdutório na Kingston School of Art, mas não continuou o curso. Em janeiro de 1963, indicado pela namorada do guitarrista Tom McGuinness, que fora sua colega no curso de artes, ingressou na banda The Roosters. Seus ensaios eram no andar de cima de um pub e a guitarra, o teclado e o vocal iam no mesmo amplificador, pois não tinham muitos recursos. Chegaram a fazer algumas apresentações, e Eric permaneceu na banda até agosto do mesmo ano.

O surgimento de Clapton

Ainda em 63, passou a integrar a banda Yardbirds, que começava a fazer sucesso na Grã-Bretanha. O empresário da banda e grande entusiasta do blues chamava-se Giorgio Gomelsky. Giorgio tinha aberto um lugar chamado CrawDaddy Club, no velho Station Hotel, em Richmond. A banda que residia o local nas noites de domingo era a recém-formada Rolling Stones. Lá Eric conheceu Mick, Keith e Brian em seu período de gestação, quando tocavam apenas R&B. Entrou na banda Yardbirds depois de ser alertado por seu então amigo Keith Richards, do Rolling Stones de que o guitarrista Topham estava prestes a desistir da banda. Com o passar do tempo, os Yardbirds foram alternando seu estilo para o ritmo Pop, o que desagradava a Eric. Sendo assim, fiel às suas raízes no blues, recusou-se a seguir a direção escolhida pelo grupo, e acabou saindo em março de 1965. Após a saída de Clapton a banda ainda teria mais 2 grandes guitarristas como integrantes, sendo o primeiro Jeff Beck, e depois Jimmy Page. Depois de um tempo em empregos temporários, Eric entrou para a John Mayall & the Bluesbreakers, estabelecendo seu nome como músico de blues e inspirando o fanatismo de jovens que pixavam Londres com a inscrição "Clapton is God" ("Clapton é Deus") por toda parte.
Ele largou os Bluesbreakers em 1966 e então formou o Cream (nome designado por Eric), um dos primeiros "power trios" do rock, com seus amigos Jack Bruce e Ginger Baker, este, a pedidos de Eric à Jack Bruce. Estes eram seus amigos de festas, que aconteciam em suas casas, nas quais era comum que todos bebessem e fumassem quantidades maciças de droga, enquanto escutavam sons de blues. Clapton e esses amigos se tornaram tão próximos que resolveram entre si formar um grupo e tocar juntos, já que tinham os gostos semelhantes entre si. Foi nessa época que Eric começou a desenvolver-se como cantor, embora Bruce, um dos melhores vocalistas do rock, fizesse a maioria dos vocais.
No final de 1966 o status de Clapton como melhor guitarrista da Grã-Bretanha foi abalado com a chegada de Jimi Hendrix. Hendrix compareceu a uma das primeiras apresentações do Cream, no London Polytechnic em 1 de outubro de 1966, e tocou uma jam com a banda durante "Killing Floor". O líder de Cream ficou chocado ao ver as extrovertidas e irreverentes brincadeiras que Jimi fazia durante a apresentação. Nunca havia visto algo parecido. Eric imediatamente percebeu que havia ganho um imbatível adversário, cujo carisma era igualado somente por sua incrível técnica na guitarra. Os primeiros shows de Hendrix no Reino Unido foram assistidos pela maioria dos astros da música britânica, incluindo Clapton, Pete Townshend e os Beatles. A chegada do americano teria um impacto profundo e imediato na próxima etapa da carreira de Clapton. O público só pensava no recém-chegado americano Hendrix.

Fim do Cream

Embora o Cream seja apresentado como um dos melhores grupos de sua geração, a banda teve vida curta. As lendárias brigas internas - especialmente entre Bruce e Baker - aumentaram a tensão entre os três integrantes, levando ao fim do trio. Outro fator significante foi uma crítica pesada da revista Rolling Stone de um dos shows do Cream, o que afetou Clapton profundamente.
Goodbye, álbum de despedida da banda, apresentava faixas ao vivo gravadas no Royal Albert Hall, assim como a versão de estúdio de "Badge", composta por Eric e George Harrison.
A amizade próxima dos dois resultou na performance de Clapton em "While My Guitar Gently Weeps", lançada no White Album dos Beatles. Ao acompanhar de perto o sofrimento da esposa de Harrison, Pattie Boyd, que vivia abandonada em razão do interesse do marido pela cultura hindu, Eric acabou se apaixonando. E o sofrimento por amar a mulher de seu melhor amigo o inspiraria a compor uma das suas canções mais conhecidas: "Layla".
Uma segunda participação em outro super grupo, o Blind Faith (1969), com Baker, Steve Winwood e Rick Grech, resultou em um álbum estupendo e uma turnê norte-americana financeiramente proveitosa. Já aí Clapton estava cansado de sua fama e do burburinho que cercava o Cream e o Blind Faith, além de ter ficado profundamente afetado pela música do The Band – com o qual de fato ele já havia pedido para se juntar depois do fim do Cream. Clapton então decidiu ficar um pouco nas sombras, e passou a viajar em turnê como convidado do grupo americano Delaney and Bonnie and Friends. Ele tornou-se amigo íntimo de Delaney Bramlett, que o encorajou a voltar a compor e a cantar.

Solo

Usando a banda de apoio de Bramletts e um elenco estelar de músicos de estúdio, Clapton lançou seu primeiro disco solo em 1970, que trazia uma de suas melhores composições: "Let It Rain".
Se apropriando da seção rítmica do Delaney & Bonnie – Bobby Whitlock (teclado, vocais), Carl Radle (baixo) e Jim Gordon (bateria) – ele formou uma nova banda com a intenção de contrastar com o culto de "estrelismo" que crescera a sua volta e mostrar Clapton como um integrante no mesmo patamar dos demais. Isto tornou-se ainda mais evidente com a escolha do nome – Derek and the Dominos – que veio de uma piada nos bastidores do primeiro show da banda.
Trabalhando no Criterion Studios em Miami com o produtor Tom Dowd, a banda gravou um brilhante álbum duplo, hoje em dia considerado como a obra-prima de Clapton: Layla and Other Assorted Love Songs. A maioria do material, incluindo a faixa título, foram inspirados pelo conto árabe Majnun e Layla e mostravam o grande amor não declarado de Clapton por Patti Harrison. "Layla" foi gravada em duas sessões distintas; a seção de abertura na guitarra foi gravada primeiro, e para a segunda seção, o baterista Jim Gordon compôs e tocou o elegante trecho ao piano.
Mas a tragédia marcou o grupo durante sua breve carreira. Durante as sessões, Clapton ficou devastado com a notícia da morte de Jimi Hendrix; a banda gravou uma versão tocante de "Little Wing" como um tributo a ele, adicionando-a ao álbum. Um ano depois, Duane Allman morreu em um acidente de motocicleta. Contribuindo mais para o sofrimento de Clapton, o álbum Layla receberia somente algumas poucas críticas neutras quando de seu lançamento.

Drogas e álcool
Clapton em 1974.
O esfacelado grupo resolveu iniciar uma turnê norte-americana. Apesar da admissão posterior de Clapton de que a turnê ocorreu em meio a uma verdadeira orgia de drogas e álcool, aquilo acabou resultando em um poderoso álbum ao vivo, In Concert. Mas o grupo se desintegraria pouco tempo depois em Londres, na véspera da gravação de seu segundo LP de estúdio. Embora Radle tenha continuado a trabalhar com Clapton por vários anos, a briga entre Eric e Bobby Whitlock foi aparentemente feia, e eles nunca mais voltariam a tocar juntos. Outra trágica nota de rodapé para a história do Dominos foi o destino de seu baterista Jim Gordon, que sofria de esquizofrenia não-diagnosticada – anos depois, durante um surto psicótico, ele mataria a própria mãe a marretadas, sendo confinado em um hospício, onde permanece até hoje.
Apesar de seu sucesso, a vida pessoal de Clapton encontrava-se em estado deplorável. Além de sua paixão por Pattie Boyd-Harrison, ele parou de tocar e se apresentar e tornou-se viciado em heroína, o que resultou em um hiato em sua carreira. A única interrupção notável desse hiato foi sua participação no Concerto para Bangladesh - organizado por George Harrison - e, depois, pelo "Rainbow Concert", organizado por Pete Townshend do The Who para ajudar Clapton a largar as drogas.
Clapton devolveu a gentileza ao interpretar o "Pregador" na versão cinematográfica de Tommy em 1975; sua aparição no filme (tocando "Eyesight To The Blind") é notável pelo fato de ele estar claramente usando uma barba falsa em algumas sequências – o resultado de ele impensadamente raspar sua barba entre as gravações!
Relativamente limpo novamente, Clapton começou a organizar uma nova e forte banda, que incluía Radle, o guitarrista George Terry, o baterista Jamie Oldaker e as backing vocals Yvonne Elliman e Marcy Levy. Eles viajaram em turnê ao redor do mundo, posteriormente lançando o soberbo E.C. Was Here (1975).
Clapton lançou 461 Ocean Boulevard em 1974, álbum mais enfatizado nas canções ao invés de sua técnica na guitarra. Sua versão de "I Shot The Sheriff" foi um grande sucesso, sendo importante ao apresentar o reggae e a música de Bob Marley para um público mais extenso. Ele também promoveu o trabalho do cantor-compositor-guitarrista J.J.Cale.
Eric continuou a gravar e a fazer turnês regulares, mas a maioria de seu trabalho desta época foi deliberadamente mais calmo, fracassando em obter a mesma repercussão do início de sua carreira.
Clapton em 1977.

Maré de azar

Em 1976, Clapton foi o centro de polêmicas devido a acusações de racismo, ao protestar contra a imigração crescente durante um show em Birmingham. Clapton disse que a Inglaterra estava "se tornando superpopulada" e implorou para que a platéia votasse em Enoch Powell para impedir que a Grã-Bretanha virasse uma "colônia negra". Seus comentários motivariam diretamente a criação do evento Rock Against Racism. Apesar do impacto negativo em sua carreira e reputação, Clapton sempre se recusou a diminuir o episódio e negou que havia alguma contradição entre seu ponto de vista político e sua carreira baseada essencialmente num formato musical criado pelos negros. Nesta mesma época, seu nome começou a aparecer em álbuns lançados no Japão como "Eric Crapton" ("Crap" significa "fezes", em inglês), embora isso seja provavelmente mais um caso de "engrish" do que de malevolência.
O final dos anos 1970 viu um Clapton com dificuldades de se acertar com a música popular, causando uma recaída no alcoolismo que o levou a ser hospitalizado e depois internado para um período de convalescência em Antígua, onde ele mais tarde apoiaria a criação de um centro de reabilitação existente até hoje, chamado Crossroads Center, e, mais tarde, criou um evento chamado Crossroads Guitar Festival, que visava arrecadar dinheiro para contribuir com o tratamento dos dependentes de drogas. Em 1985 Clapton conheceu Yvone Khan Kelly, com quem ele começaria um relacionamento. Eles tiveram uma filha, Ruth, que nasceu no mesmo ano. Clapton se divorciaria de Yvone Khan Kelly em 1988.
No começo dos anos 1990, a tragédia voltaria a atormentar a vida de Clapton em duas ocasiões. No dia 27 de agosto de 1990 o guitarrista Stevie Ray Vaughan (que estava em turnê com Eric) e dois membros de sua equipe de apoio morreram em um acidente de helicóptero. No ano seguinte, em 20 de março de 1991, Conor, filho de quatro anos de Clapton com a modelo italiana Lori Del Santo, morreu depois de cair da janela de um apartamento. Um instantâneo da dor de Clapton pôde ser visto com a canção "Tears In Heaven", My Father's Eyes (Pilgrim, 1998) e Circus Left Town (Pilgrim, 1998).
Clapton em 2006.

Slowhand ressurgindo

Assim como MTV Unplugged (vencedor do Grammy em 1993), seu álbum From The Cradle trazia várias versões de antigos sucessos do blues, dando destaque a seu estilo econômico no violão. Em 1997, ele gravou um álbum de música eletrônica sob o pseudônimo de TDF, Retail Therapy, terminando o século XX com aclamadas parcerias com Carlos Santana e B. B. King.
Em 1999, Clapton, então com 56 anos, conheceu a artista gráfica Melia McEnery, 25, em Los Angeles enquanto trabalhava em um álbum com B. B. King. Eles se casaram em 2002 e tiveram três filhas, Julia Rose (2001), Ella May (2003) e Sophie, nascida em 2005.
Tão conhecido quanto Clapton é o seu costume de usar uma variedade de guitarras. No começo de sua carreira, ele usava uma Gibson Les Paul do final dos anos 1970, sendo parcialmente responsável pela reintrodução do estilo original da Les Paul pela Gibson.
Mais tarde, Clapton começou a usar Stratocasters da Fender. A mais famosa de todas as suas guitarras foi Blackie, montada com pedaços de várias Strats e que ele usou até os anos 1990, Depois, por medo de danificá-la, guardou em casa, e não a levou mais aos palcos. Por fim, Clapton se desfez da "Blackie" por U$959,500 no leilão organizado pela Christie's de Nova York, em benefício do centro de reabilitação Crossroads.
Em 1988, Clapton foi honrado pela fábrica de guitarras Fender com a introdução de uma Stratocaster feita sob medida para ele, juntamente com Yngwie Malmsteen. Aquelas foram as primeiras guitarras modeladas para artistas na famosa série "Signature" da Stratocaster, que desde então incluiu modelos para Jeff Beck, Buddy Guy e Stevie Ray Vaughan, entre outros.
Em 1999, Clapton levou a leilão parte de sua coleção de guitarras para levantar fundos para o Crossroads, centro de reabilitação para viciados que ele fundou na Antígua em 1997. O montante total conseguido no leilão pela Christie’s foi de U$7,438,624.
Em 3 de novembro de 2004, Clapton é condecorado com o título de Comandante da Ordem do Império Britânico (CBE).

Discografia
  • 1963 Sonny Boy Williamson and The Yardbirds (com Yardbirds)
  • 1964 Five Live Yardbirds (com Yardbirds)
  • 1965 For your love (com Yardbirds - coletânea americana)
  • 1965 Having a Rave Up (com Yardbirds - coletânea americana)
  • 1966 Blues Breakers with Eric Clapton (com John Mayall and The Bluesbreakers)
  • 1966 Fresh Cream (com Cream)
  • 1967 Disraeli Gears (com Cream)
  • 1968 Wheels of Fire (com Cream)
  • 1969 Goodbye Cream (com Cream)
  • 1969 Blind Faith (com Blind Faith)
  • 1969 Best of Cream (com Cream - coletânea)
  • 1970 On Tour with Eric Clapton (com Delaney, Bonnie & Friends)
  • 1970 Live Cream (com Cream - coletânea ao vivo)
  • 1970 Eric Clapton
  • 1970 Layla and Other Assorted Love Songs (com Derek and the Dominos)
  • 1971 The Yardbirds Featuring Performances by: Jeff Beck, Eric Clapton, and Jimmy Page (com Yardbirds - coletânea)
  • 1972 Live Cream Volume II (com Cream - coletânea ao vivo)
  • 1972 Heavy Cream (com Cream - coletânea)
  • 1972 History of Eric Clapton (coletânea)
  • 1972 Eric Clapton at His Best (coletânea)
  • 1973 In Concert (com Derek and the Dominos) (ao vivo em 1970)
  • 1973 Clapton (coletânea)
  • 1973 Eric Clapton's Rainbow Concert (ao vivo em 1972)
  • 1974 461 Ocean Boulevard
  • 1975 There's One in Every Crowd
  • 1975 E.C. Was Here (ao vivo em 1975)
  • 1976 No Reason to Cry
  • 1977 Slowhand
  • 1978 Backless
  • 1980 Just One Night (duplo; ao vivo em 1979)
  • 1981 Another Ticket
  • 1982 Time Pieces: Best Of Eric Clapton (1970-1978)
  • 1983 Money and Cigarettes
  • 1984 Too Much Monkey Business
  • 1984 Backtrackin'
  • 1985 Behind the Sun
  • 1986 August
  • 1987 The Cream of Eric Clapton
  • 1988 Crossroads (caixa)
  • 1989 Homeboy
  • 1989 Journeyman
  • 1990 The Layla Sessions (com Derek and the Dominos) (caixa em comemoração aos 20 anos de lançamento)
  • 1991 24 Nights (ao vivo em 1990)
  • 1992 Rush
  • 1992 Unplugged (ao vivo em 1992)
  • 1994 From the Cradle
  • 1994 Live at the Fillmore (com Derek and the Dominos) (ao vivo em 1973)
  • 1995 The Cream of Clapton
  • 1996 Crossroads 2: Live in the Seventies (CD quádruplo, gravações ao vivo de 1974 a 1978)
  • 1998 Pilgrim
  • 1999 The Blues (álbum duplo)
  • 1999 Clapton Chronicles: The Best of Eric Clapton
  • 2000 Riding With the King (com B.B. King)
  • 2001 Reptile
  • 2002 One More Car, One More Rider (ao vivo em 2001)
  • 2004 Me and Mr. Johnson (versões de músicas de Robert Johnson)
  • 2005 Back Home (álbum de estúdio)
  • 2006 Road To Escondido" (álbum gravado com JJ Cale)
  • 2007 Complete Clapton
  • 2009 Eric Clapton and Steve Winwood (Live from Madson Square Garden)
  • 2010 Eric Clapton Clapton (2010)

Charley Patton

Charley Patton nasceu no Mississipi, em 1º de maio de 1891, onde passou quase toda a sua vida na vasta plantação Dockery. Aprendeu a tocar Blues com Henry Sloan, considerado um bluesman pioneiro, embora não se tenha registro de suas gravações e careça de fontes. Patton foi um dos poucos cantores recrutados por olheiros para gravar discos. As gravadoras comerciais buscavam esses cantores regionais com o intuito de vender fonógrafos para os negros. Comprava-se o aparelho e acompanhava como brinde os discos desses artistas locais.
As dificuldades por vezes faziam Patton se afastar do Blues, embora houvesse sempre o esforço para retornar. Na adolescência, fora proibido de tocar pelo pai, que considerava o tipo de música rude de seu filho pecaminosa, além de desejar que o mesmo se mantivesse distante dos ambientes de festas, bebidas e sexo. Quando as ameaças falhavam, Charley Patton era levado ao depósito de madeira para apanhar. Contudo, com o passar do tempo e o crescimento do rapaz, seu pai acabou lhe comprando um violão. Mas a ele era recomendado a tocar músicas de teor mais alegre. Passou a tocar com a banda da vizinhança Chatmon Family, produzindo um Ragtime. Patton insatisfeito e grande amante do Blues foi seguir Henry Sloan. Ambos perambulavam pela região com sua música e num modo de vida impulsiva, de vadiagem e vícios, como bebidas e mulheres. Quando a situação apertava, Patton voltava pra casa e se apegava a bíblia, o que logo abandonava novamente.
Patton era reconhecido pelo seu temperamento forte, e por se meter em confusões. Teve várias esposas, que relatam seu comportamento violento, de agressões as mesmas. Algumas teorias das ciências sociais afirmam que, conforme a opressão sofrida perante a sociedade, era comum decorrer comportamentos violentos e também opressores por parte do negro, sobretudo dentro de suas casas. Porém, quando apresentava sua música, Patton era aclamado pelo seu jeito peculiar, seu canto teatral e seus malabarismos, como jogar e pegar o violão e tocá-lo nas costas. A maioria de suas músicas gravadas em suas primeiras sessões tratavam de celebrações de sua vida turbulenta, do desejo de fugir, das experiências nas brigas e com as mulheres. Segundo o cartunista Robert Crump, uma de suas gravações mais populares “High Water Everywhere” retrata a enchente do Rio Mississipi em 1927.
Após 1930, a saúde do músico encontrava-se debilitada. Suas canções passaram a relatar sua proximidade e o medo que sentia da morte. Em janeiro de 1934, a American Record Corporation procurou Patton para gravar um disco. A empresa tentava se reerguer após o período da Grande Depressão. A sua esposa Bertha Lee, participou do álbum sendo o vocal de algumas canções. Pouco tempo depois, em vinte oito de abril de mil novecentos e trinta e quatro, Charley Patton faleceria. Sua morte não foi noticiada pela imprensa local e nacional. Sua história e suas composições ainda são pouco conhecidas, assim como muitos outros artistas das work-songs, do período da escravidão, os últimos devidos, sobretudo a ausência de fontes. No entanto, o Blues prosperou, conquistou outros espaços, outras histórias que se mantém até os dias atuais.

Little Walter

Marion Walter Jacobs, conhecido como Little Walter (Marksville, Louisiana, 1 de Maio de 1930Burbank, 15 de Fevereiro de 1968) foi um cantor e gaitista de blues estadunidense, sua abordagem revolucionária sobre a harmonica lhe rendeu comparações a Charlie Parker e Jimi Hendrix[1] pela inovação e impacto sobre gerações sucessoras. Seu virtuosismo e inovação musical fundamentalmente alteraram as expectativas de muitos ouvintes sobre o som que poderia ser feito com uma harmónica no blues. Um de seus maiores sucessos foi a canção My Babe em 1955 composta por Willie Dixon.

Início da vida:

Little Walter nasceu em Marksville, Louisiana e cresceu em Alexandria, Louisiana, onde aprendeu a tocar harmónica. Depois de sair da escola aos 12 anos, Walter deixou a vida rural de Louisiana e viajou pela região de Nova Orleans, Memphis, Helena, Arkansas e St. Louis trabalhando como mascate e tocando nas ruas por trocados.
Ao chegar em Chicago em 1945, ele ocasionalmente encontrou trabalho como guitarrista mas atraiu mais atenção com suas habilidades já muito desenvolvidas com a harmónica. De acordo com Floyd Jones, a primeira gravação de Little Walter foi uma demo não lançada que foi feita logo após sua chegada a Chicago, na qual ele tocava guitarra base na banda de Jones.[2]
Walter ficou frustrado por ter a sua harmónica escondida pelas guitarras elétricas, ele então adotou um método simples, mas pouco usado anteriormente, segurou com as mãos em forma de concha um pequeno microfone junto com a gaita, e plugou esse microfone em um amplificador de guitarra. Dessa maneira ele conseguia competir com o volume de qualquer guitarrista. Ao contrário de outros gaitistas da época como Sonny Boy Williamson e Snooky Pryor, que começaram a usar a técnica somente para aumentar o volume do instrumento, Walter usava o método para explorar e desenvolver radicalmente novos timbres e efeitos sonoros nunca ouvidos antes de uma harmónica ou qualquer outro instrumento. Madison Deniro escreveu uma pequena biografia de Little Walter, na qual afirma que Walter foi o primeiro músico de qualquer gênero a usar distorção elétrica de propósito.[3]

Sucesso

A primeira gravação de Walter a ser lançada foi feita em 1947 pelo pequeno selo Ora-Nelle de Bernard Abrams, que funcionava nas salas do fundo da loja Maxwell Radio and Records no coração da área comercial da Maxwell Street em Chicago.[4] As primeiras gravações de Walter assim como muitas gravações de blues da época eram fortemente influenciadas pelo pioneiro na harmónica blues Sonny Boy Williamson (John Lee Williamson).
Little Walter se juntou a banda de Muddy Waters em 1948, e em 1950 estava tocando harmónica acústica nas gravações de Muddy pela Chess Records. A primeira aparição da harmónica amplificada de Walter foi em "Country Boy"/"Too Young To Know" (Chess 1452), gravada em 11 de julho de 1951. Durante anos depois de sua separação da banda de Muddy em 1952 Walter continuou participando das suas sessões de gravação, como resultado sua harmónica pode ser ouvida em praticamente todas as gravações clássicas de Muddy Waters da década de 50.[5]
Como guitarrista, Little Walter gravou três músicas pelo selo Parkway com Muddy Waters e Baby Face Leroy Foster (relançado em CD como The Blues World of Little Walter pela Delmark Records em 1993). Walter também tocou guitarra em sessões com o pianista Eddie Ware e com Jimmy Rogers.
Walter deixou de lado sua carreira como líder de banda quando entrou para a banda de Muddy Water, mas tomou a frente de uma banda para sempre depois de começar a gravar pela subsidiária da Chess, a Checker Records, em maio de 1952. Sua primeira gravação como artista solo foi a música Juke, que permaneceu por oito semanas na primeira posição das paradas R&B da Billboard. Até então Juke havia sido o maior sucesso da Chess e seus selos afiliados. Little Walter fez mais 14 hits nas paradas R&B da Billboard entre 1952 e 1958, incluindo dois na primeira posição (o segundo foi "My Babe" em 1955), um sucesso comercial nunca antes atingido pelos principais músicos da Chess que eram Muddy Waters, Howlin' Wolf e Sonny Boy Williamson II. Seguindo o padrão de Juke, a maioria dos lançamentos de single de Little Walterma década de 1950 apresentavam uma faixa com vocais no lado A e uma faixa instrumental no lado B. A maioria das músicas com vocais dos singles de Walter foram escritas por ele e por Willie Dixon ou adaptadas e atualizadas de temas antigos de blues. Em geral seu som era mais moderno e rápido que as outras músicas populares do que seria chamado mais tarde de Chicago blues, suas músicas tinham um conceito mais voltado para o jazz.
Little Walter participou de gravações de diversos outros músicos, incluindo Jimmy Rogers, John Brim, Rocky Fuller, Memphis Minnie, The Coronets, Johnny Shines, Floyd Jones, Bo Diddley, Shel Silverstein,Sam Lay, Otis Rush, Johnny Young e Robert Nighthawk.
Walter sofria de alcoolismo e tinha um forte temperamento, fatores que ajudaram no declínio de sua fama e fortuna no final dos anos 50, apesar de ter feito duas turnês pela Europa, em 1964 e 1967. O forte boato que correu durante anos de que Walter teria escursionado pelo Reino Unido com os The Rolling Stones em 1964 foi refutado por Keith Richards. A turnê de 1967 pela Europa, como parte do American Folk Blues Festival, resultou na única filmagem feita de Little Walter se apresentando. Filmagens de Walter tocando com Hound Dog Taylor e Koko Taylor em um programa de televisão dinamarquêsem outubro de 1967 foram lançadas em DVD em 2004.
Em 1967 a Chess lançou um álbum de estúdio apresentando Little Walter, Bo Diddley e Muddy Waters entitulado Super Blues.

Morte

Poucos meses depois de retornar de sua segunda turnê européia, se envolveu em uma briga na pausa de um show em um clube noturno no sul de Chicago. As lesões relativamente pequenas agravaram danos sofridos em brigas anteriores e Walter acabou morrendo enquanto dormia no apartamento de uma namorada na no número 209 E. da rua 54 em Chicago na manhã seguinte.[6] A causa oficial da sua morte é indicada como Trombose coronária em seu atestado de óbito. As lesões externas em seu corpo eram tão insignificantes que a polícia acabou ignorando e declarou sua morte como sendo por causas desconhecidas ou naturais.[6] Seu corpo foi enterrado no St. Mary's Cemetery em Evergreen Park, Illinois em 22 de fevereiro de 1968.[6]

Premiações e reconhecimento

  • 1986 - Blues Hall of Fame: "Juke" (Classics of Blues Recordings - Singles or Album Tracks category)[7]
  • 1991 - Blues Hall of Fame: Best of Little Walter (Classics of Blues Recordings - Albums category)[7]
  • 1995 - Rock and Roll Hall of Fame: "Juke" (500 Songs that Shaped Rock and Roll)[8]
  • 2003 - Rolling Stone: Best of Little Walter (No. 198 na lista The 500 Greatest Albums of All Time)[9]
  • 2008 - Grammy Awards: "Juke" (Grammy Hall of Fame Award)[10]

Discografia

Singles de sucesso

Little Walter teve 15 singles que entraram nas paradas de sucesso durante sua carreira. Os Singles foram lançados pela Checker, uma subsidiária da Chess Records.
AnoTítuloCatalogo No.[12]R&B
Billboard
1952"Juke"Checker 7581
"Sad Hours"Checker 7642
1953"Mean Old World"6
"Tell Me Mama"Checker 77010
"Off the Wall"8
"Blues with a Feeling"Checker 7802
1954"You're So Fine"Checker 7862
"Oh, Baby"Checker 7938
"You Better Watch Yourself"Checker 7998
"Last Night"Checker 8056
1955"My Babe"Checker 8111*
"Roller Coaster"Checker 8176
1956"Who"Checker 8337
1958"Key to the Highway"Checker 9046
1959"Everything Gonna Be AlrightChecker 93025
*Também alcançou o número 106 na parada Top Pop da Billboard.

Discografia selecionada

Assim como muitos músicos de blues da década de 60, Little Walter era um artista de singles. O único álbum lançado durante sua vida, Best of Little Walter, inclui 10 de seus singles de sucesso, mais dois lados B. Depois de sua morte. Vários singles foram compilados em álbuns. Os álbuns disponíveis atualmente, lançados pelo mais recente sucessor da Chess são os seguintes:
AnoTítuloSeloComentários
1993The Blues World of Little WalterDelmarkinclui 5 músicas da fase pré-Checker com Little Walter na harmonica sem amplificador, mais três na guitarra; relançamento do álbum da décade de 80
1998His Best: Chess 50th Anniversary CollectionChess/Universalinclui 12 de singles de sucesso, mais 8 músicas que não foram para as paradas; essencialmente é o álbum Best of Little Walter de 1958 lançado pela Chess
2004Confessing the BluesUniversal Japãorelançamento do álbum de 1974 da Chess, mais 6 faixas bônus
2004Hate to See You GoUniversal Japãorelançamento do álbum de 1969 da Chess, mais 2 faixas bônus
2007Best of Little WalterUniversal Japãorelançamento do álbum de 1958 da Chess, mais 3 faixas bônus
2009The Complete Chess Masters: 1950–1967Hip-O/Universal126 músicas em 5 CDs; todas gravações da Checker/Chess, incluindo versões alternativas

Little Walter também gravou diversas músicas como acompanhante. The Definitive Collection (2006) de Muddy Waters e His Best (2003) de Jimmy Rogers (ambos pela Universal) incluem músicas com participação de Walter.
 
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